O Rio de Janeiro é rico em cultura e, incontestavelmente, em arquitetura. A beleza de suas construções é tão evidente que a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), concedeu o título de ‘’Capital Mundial da Arquitetura’’ ao estado do Rio.
Dentre suas casas, museus, cinemas e prédios históricos, está uma construção que se destaca por um marco histórico: com 102 metros, o primeiro arranha-céu da América Latina, o Edifício A Noite.
O título de prédio mais alto foi mantido até 1934, quando o Edifício Martinelli foi construído em São Paulo, tomando o posto com seus 26 andares.
O arranha-céu começou a ser erguido na década de 1920, na praça Mauá do Rio de Janeiro, e entregue em 1929. Seu nome original era ”Joseph Gire”, em homenagem ao arquiteto francês responsável pelo projeto. Entretanto, o edifício passou a sediar um importante Jornal da época, o ”A Noite”, e não demorou muito para ficar conhecido pelo mesmo nome.
Mais tarde, em 1936, uma importante moradora chegou para ocupar espaço dentre os 22 andares do Edifício A Noite: a Rádio Nacional. Essa pioneira foi líder de audiência por anos e essencial para a comunicação do Brasil, servindo de modelo até para a televisão. Lá, ficava o estúdio de radioteatro — antecessor do estúdio cenográfico — onde eram gravadas as radionovelas. O prédio tinha, literalmente, história circulando por todo o seu interior.
Com o passar dos anos, o prédio naturalmente precisou de algumas restaurações que acabaram modificando parte de seu estilo original Art déco. Entretanto, o estilo artístico e história estampada nele precisavam ser mantidos. De modo a preservar o edifício, o Patrimônio Histórico Artístico e Nacional o tombou em 2013. Antes disso, até 2012, ele vinha sendo ocupado pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O custo mensal para preservação do prédio era alto, chegando a R$300mil. Depois, ele passou a fazer parte da lista dos imóveis que deveriam ser vendidos à iniciativa privada.
Em 2021, o Edifício A Noite teve sua primeira tentativa de ir a leilão por R$98 milhões, e não recebeu propostas. Em 7 de junho, houve uma segunda tentativa com seu preço reduzido em 25% e, novamente, não foi vendido.
Segundo especialistas do mercado imobiliário, o valor está elevado. Eles afirmam que imóveis para Retrofit — modernização de equipamentos ultrapassados — são vendidos, no máximo, a R$2.000 por metro quadrado. Por essa lógica, o valor estimado estaria entre 35 a 40 milhões de reais.
Agora, nos resta esperar para descobrir qual será o destino deste Edifício que acompanhou tantas histórias dentro e fora de suas paredes.
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